Friday, September 29, 2006

Praxis (II)

Ao fim de uma semanha, estou toda rota. Isto de levantar o rabo da cama às 6h30 para estar no S. João às 8h01 custa. Andei dois meses a dormir até às tantas e mudar de vida tão repentinamente é do caraças!
Mas estou a adorar (e não estou a dar graxa, nem nada que se pareça, porque se não gostasse, podem crer que não me levantava tão cedo e ficava antes a dormir, em vez de ir fazer ginástica para o Ricardo Jorge...)!
Então o dia de hoje foi mesmo excelente! A cena de andar à volta do Pólo da Asprela de latas no pés...! Ai, figurinhas! Ainda bem que as fazemos em grupo e aquilo que podia ser embraçoso se torna em diversão.
Não sei se posso dizer isto, mas alguns doutores estão a revelar que mais do que praxar-nos, estão ali para nos ajudar e ter esse apoio é muito importante. Faz-nos sentir mais seguros, mais integrados.
Ainda hoje levei uma patada na cabeça (um acidente com uma colega... coisas que acontecem...)que me fez um lindo galo na testa e me fez trincar a língua (com direito a sangue e tudo!) e logo duas doutoras vieram ter comigo e me levaram à casa de banho do Teatro Anatómico (um mundo! aquela casa de banho é um mundo!).

Gosto daquilo! Mas o fim de semana vai calhar mesmo bem!

E já agora, andar na rua como caloira na minha cidade, na grande Invicta, é uma sensação espectacular! E ainda só andámos por Paranhos (que não é propriamente lindo...), porque na segunda-feira, com a ida às caves do Vinho do Porto, é que vai ser!!

Tuesday, September 26, 2006

Praxis

Não. Não abandonei o meu blog. Pura e simplesmente não tenho vindo à net.
A praxe começou na segunda e foi muito bonita, gostei muito! (andam uns Senhores Doutores a passear por aqui e ainda sofro represálias!)
Agora a sério, na segunda foi duro, bastante duro! Mas tivemos uma coisa excelente, que compensou todo o somatório de minutos em que estivemos de quatro (pelo menos, falo por mim): a Sessão Solene, nomeadamente a entrada para ela. Foi um mundo! O ambiente foi indescritível! (não conto como foi, porque um Prezado Veterano disse-nos que a praxe se guarda no coração e é aí que vai ficar guardado aquele momento, só acessível a quem teve o privilégio de passar por ele.)
Hoje foi mais leve e gostei muito. Cantámos (mal, mas pronto...), gritámos, fizemos ginástica, rimo-nos muito (apesar de um caloiro não rir), foi muito porreiro. E hoje os Senhores Doutores, os Insignes Finalistas e os Prezados Veteranos estavam com muito mais sentido de humor!

Amanhã, às 8h01m lá estarei outra vez (se o 205 não se atrasar!).

Sunday, September 17, 2006

Agora que já passaram mais de 24h sobre a confirmação da minha entrada, estou mais calma. Já acredito no que aconteceu (pois, porque ontem achei que estava a sonhar).

Tive um comentário a dizer que eu só entrei devido às pessoas que tinham média muito superior à minha terem concorrido ao ICBAS, a pensar que nunca entrariam na FMUP. É muito possível. E digo já que no dia em que preenchi o impresso da candidatura, hesitei muito em pôr a FMUP (a minha ideia era colocar só o ICBAS, porque me parecia inconcretizável a ideia de conseguir entrar onde realmente entrei). Mas acabei por pôr, não perdia nada em fazê-lo e arrisquei. É daquelas decisões que podem mudar uma vida, e mudou a minha, porque se não tivesse posto a FMUP, neste momento estava a fazer as malinhas para ir para Coimbra. Naquele momento, senti uma réstia de esperança e arrisquei. Houve quem não arriscasse. Não tenho culpa e por isso não me caiem bem comentários que parecem quase acusatórios. No entanto, tenho perfeita noção de que se mais duas pessoas de média superior tivessem concorrido à FMUP em 1ª opção, eu não entrava (ainda por cima, conheço pessoalmente duas pessoas nestas condições).

Outra coisa, fui a antepenúltima a entrar, por 3 centésimas, e não tenho problemas nenhuns com isso. Tenho orgulho no percurso escolar que fiz e não tenho problemas em ter entrado com uma média tão baixa. Rezei muito para que isto acontecesse (sim, porque acredito na Ciência, mas também acredito em Deus - as duas coisas não são incompatíveis) e se entrar na FMUP com 181.3 não for um milagre, não sei o que é. Tanto que rezei à Santa Rita (padroeira das causas impossíveis) que a "causa impossível" se transformou em realidade.

Fiquei imensamente feliz por ficar na minha cidade, na cidade onde nasci e na cidade que amo, aquela que, para o meu olhar, é a mais bonita do Mundo. Por ficar junto dos meus amigos, da minha família, das pessoas de quem gosto. Por isso, mandem os comentários demolidores que quiserem: eu estou feliz!


(O meu blog era muito sossegado, mas nas últimas horas tem-se tornado um local de disputa entre duas faculdades. Não percebo tanta rivalidade.)

Saturday, September 16, 2006


Ora bem, queria deixar uma nota de agradecimento a todos os anónimos que comentaram ontem/hoje o meu ingresso em Medicina.

É que há gente mesmo simpática! Mal uma pessoa recebe a melhor notícia da vida, iniciam quase imediatamente uma série de comments sem sentido, irónicos/sarcásticos e que parecem querer deitar-me abaixo.
Não sei o que vos passou pela cabeça, mas também não me interessa. Podiam dizer o que quisessem, desde que dissessem o vosso nome. Desde que se identificassem. Deste modo, lamento, mas os vossos comentários são-me indiferentes.
Um agradecimento especial para o anónimo que me profetizou uma reprovação nos primeiros anos do curso. Estou a chorar de emoção! Essa bondade inata... Obrigada.


O único agradecimento sincero que quero fazer é à Sara. Ela não me conhece e eu não a conheço. Mas a verdade é que, desde o início, me tem apoiado nesta fase da minha vida, que, felizmente, culminou no melhor cenário possível. Quando eu não acreditava, quando achei que Medicina não passava mesmo de um sonho, somente um sonho não concretizável, a Sara acreditou que eu podia entrar, em Lisboa. E mesmo não me conhecendo, esteve sempre a dar-me apoio, nas minhas crises de descrença. E, por isso, a única palavra que lhe posso dirigir é obrigada.

YYYEEEEAAAHHHH!!!

Vou tentar fazer um post com um mínimo de sentido...

Entrei em MEDICINA no S. João!!!

Ainda não estou a acreditar muito bem... Mas, é pá, é a verdade, e eu estou lá dentro, e estou felicíssima, e acho que hoje não vou dormir!!!

Friday, September 15, 2006

Valha-me Deus... As médias saiem daqui a bocado.
Que NERVOS!!! Estou-me a passar completamente...

Tuesday, September 12, 2006

Exames.org

Estive a ler um tópico do fórum do site www.exames.org intitulado "Previsões para a Média de Medicina 2006".
É absolutamente doentio! Como é que há gente com 18.4 a dizer que só vai entrar em Veterinária? Isto só pode ser gozar com a cara dos outros... E pelo que vi, está tudo com altas médias! Mas o melhor de tudo, são as pessoas que se candidataram em 1ª opção ao ICBAS, a dizer que não dava para a FMUP. Pormenor adicional: têm para aí mais três décimas do que eu (e relembro que EU pus a FMUP em 1º lugar - mais um entre tantos erros que cometi nos últimos 3 anos).

Estou que vou ganhar uma série de apostas!! (Joana, estou contigo em Bioquímica!)

Já não aguento mais, estou à beira de um colapso!

Wednesday, September 06, 2006

The way

Apesar de hoje ter a certeza absoluta que quero ser médica, só no fim do nono ano o decidi definitivamente. E até chegar a essa conclusão, quis ser muita coisa. Hoje apetece-me contá-lo.

A primeira coisa que me lembro de querer ser foi astronauta (riam...). À noite ia para o quintal ver as estrelas e a Lua e sonhar com o dia em que chegaria mais perto delas. Lembro-me de uma vez ter dito ao meu pai que conseguia, e passo a citar, "ver os países da Lua". Na minha infantil inocência, acreditava que os mares eram países, com pessoas, tal como a Terra. É claro que naquele tempo ainda não sabia que tinha pavor a aviões...

Depois lembro-me de o meu dia preferido do ano ser o dia da consulta de rotina no pediatra. O meu primeiro pediatra era um espectáculo e eu gostava muito dele, era o Dr. António Bianchi de Aguiar. A pior coisa que ele me podia fazer era mandar-me embora sem me dar nenhum xarope (eu sei que tinha umas pancas...). Mas eu gostava mesmo daquilo! Adorava os instrumentos que ele usava... E quis ser médica. Continuei a ir ao consultório dele até aos 16 anos, mas aí já era atendida por outra médica, a Dra. Alexandra Almeida, que também era cinco entrelas e até me deixou ver o tímpano do meu irmão com aquela geringonça de espreitar para os ouvidos, da qual desconheço completamente o nome.

Depois houve uma pausa em que acho que não quis ser nada. E voltei ao ataque no 7º ano... Meti na cabeça que queria ser professora de História (influência indirecta da minha professora ou influência genética da minha mãe - é professora do 1º ciclo, mas licenciada em História). E sei que houve um momento em que também quis ser arqueóloga.

Por volta do oitavo ano, quis ser flautista e tocar numa orquestra. Sei que, também no 8º, comecei a ter Físico-Química pela primeira vez, e adorei, logo, deu-me logo uma panca que queria ser cientista.

E finalmente cheguei ao nono. O antigo sonho de ser médica voltou a aparecer. Mas eu não me sentia muito confiante em escolher Científico-Natural, porque tinha medo da Matemática. Fui a uma Psicóloga fazer testes psicotécnicos. Os resultados foram estúpidos: raciocínio verbal acima da média, raciocínio lógico-matemático muito acima da média. Não sei como é que tive aquele resultado... E isso não me deu grande ajuda. Se os testes tivessem dado um resultado médio ou baixo no raciocínio lógico-matemático, eu nem hesitava: escolhia imediatamente Humanidades. E a psicóloga, cheia de sapiência, disse-me que tanto podia ir para Humanidades como Científico-Natural. Acabei por arriscar.

Hoje, tenho a certeza que escolhi muito bem. Gosto muito de Ciência e tenho a certeza que dava em doida se tivesse que ter estudado História, Geografia (odeio Geografia!), Introdução ao Direito, Sociologia e afins. Que pesadelo!

Quero ser médica e é definitivo. Não vou mudar de ideias, porque depois de tudo, (re)descubri no meu íntimo aquilo que quero realmente fazer.