Tuesday, January 31, 2006
Monday, January 30, 2006
Homenagem Póstuma à Senhora/Senhor Minhoca
A aula de TLB serve para descobrirmos vocações (e já é a segunda vocação que descubro, porque a primeira é ilustradora científica).
Estou a pensar seguir uma carreira como médica cirurgiã. Depois da visão desta minhoca toda abertinha à tesourada por mim (tesoura numa mão e bisturi na outra), quem é que não queria ser operado por mim, também? Até se formava fila!! Acho que não vale a pena referir que antes de abrir esta minhoca, desfiz outra toda, sem querer, com o bisturi.
Admiro muito estes pequenos seres vivos que morrem pelo bem da Ciência. São mártires do progresso. E da minha falta de jeito, também. É triste ser-se um animal hermafrodita.
Estou a pensar seguir uma carreira como médica cirurgiã. Depois da visão desta minhoca toda abertinha à tesourada por mim (tesoura numa mão e bisturi na outra), quem é que não queria ser operado por mim, também? Até se formava fila!! Acho que não vale a pena referir que antes de abrir esta minhoca, desfiz outra toda, sem querer, com o bisturi.
Admiro muito estes pequenos seres vivos que morrem pelo bem da Ciência. São mártires do progresso. E da minha falta de jeito, também. É triste ser-se um animal hermafrodita.
Como é que é suposto sentirmo-nos quando a nossa melhor amiga prefere um treino de futebol a ir ao nosso jantar de aniversário dos 18 anos? Quer dizer, ainda se fosse um jogo... Mas não é um jogo, é um TREINO!
Sinto-me desiludida, tremendamente desapontada. Francamente, não esperava. A sensação foi a de um balde de água do Oceano Glaciar Árctico a cair-me pela cabeça abaixo. Um nó no estômago. Uma tristeza enorme por descobrir que as pessoas nem sempre são como as pensamos.
Sinto-me desiludida, tremendamente desapontada. Francamente, não esperava. A sensação foi a de um balde de água do Oceano Glaciar Árctico a cair-me pela cabeça abaixo. Um nó no estômago. Uma tristeza enorme por descobrir que as pessoas nem sempre são como as pensamos.
Saturday, January 28, 2006
100
Deixei o post número 100 propositadamente para o dia em que o meu blog faz 1 ano.
É verdade! Há um ano que escrevo e partilho o que penso e o que sinto com amigos e desconhecidos. Foram 100 posts e mais ou menos 140 comentários, o que dá uma média de 1.4 comentários por post, o que é PÉSSIMO!! Espero que fiquem com muitos problemas de consciência por comentarem tão pouco! =D
É verdade! Há um ano que escrevo e partilho o que penso e o que sinto com amigos e desconhecidos. Foram 100 posts e mais ou menos 140 comentários, o que dá uma média de 1.4 comentários por post, o que é PÉSSIMO!! Espero que fiquem com muitos problemas de consciência por comentarem tão pouco! =D
Thursday, January 26, 2006
Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
Ontem foi o II Dia Aberto da FMUP. E eu estive lá. Não vou, ou melhor, não posso entrar em grandes pormenores, porque tenho um relatório de TLB para fazer e para entregar amanhã - é o que dá deixar as coisas para a última da hora -, mas tenho, pelo menos, que fazer uma referência ao dia de ontem.
Foi a segunda vez que entrei numa faculdade, mas a primeira que entrei na de Medicina - a primeira faculdade a que fui foi à de Economia, para fazer um exame de Inglês, imagine-se...
De manhã, assistimos a várias palestras, uma boa dicotomia entre como adormecer um aluno e como mantê-lo interessado e até entusiasmado. Depois uma Tuna bastante desfalcada actuou para nós. Almoço e tal, com a SIC pelo meio, e depois a parte melhor.
Visitámos o Museu de História da Medicina, a AEFMUP, o Laboratório de Microbiologia, o Centro de Simulação Médica (acho que era isto... se não era este o nome, pelo menos era este o objectivo), o Serviço de Cirurgia Plástica e a nova unidade de queimados e o local onde os alunos fazem as aulas práticas de Anatomia. Nunca tinha visto mortos. Mas não foi uma experiência muito traumatizante, porque, sinceramente, não parecem pessoas verdadeiras. É estranho, admito, principalmente, olhar para mim e olhar para aqueles corpos todos dissecados e pensar que sou igual, mas não impressiona.
Foi tão fixe!!! A sério! Foi um dia espectacular, mesmo. Eu estava dentro de um sonho, mas sabia que apesar de estar nele, ainda tinha que trabalhar muito para o atingir.
Como já disse ontem, gostei tanto que para o ano quero ir para lá!
Foi a segunda vez que entrei numa faculdade, mas a primeira que entrei na de Medicina - a primeira faculdade a que fui foi à de Economia, para fazer um exame de Inglês, imagine-se...
De manhã, assistimos a várias palestras, uma boa dicotomia entre como adormecer um aluno e como mantê-lo interessado e até entusiasmado. Depois uma Tuna bastante desfalcada actuou para nós. Almoço e tal, com a SIC pelo meio, e depois a parte melhor.
Visitámos o Museu de História da Medicina, a AEFMUP, o Laboratório de Microbiologia, o Centro de Simulação Médica (acho que era isto... se não era este o nome, pelo menos era este o objectivo), o Serviço de Cirurgia Plástica e a nova unidade de queimados e o local onde os alunos fazem as aulas práticas de Anatomia. Nunca tinha visto mortos. Mas não foi uma experiência muito traumatizante, porque, sinceramente, não parecem pessoas verdadeiras. É estranho, admito, principalmente, olhar para mim e olhar para aqueles corpos todos dissecados e pensar que sou igual, mas não impressiona.
Foi tão fixe!!! A sério! Foi um dia espectacular, mesmo. Eu estava dentro de um sonho, mas sabia que apesar de estar nele, ainda tinha que trabalhar muito para o atingir.
Como já disse ontem, gostei tanto que para o ano quero ir para lá!
E acho que nunca me vou esquecer que as pessoas com quem pela primeira vez entrei naquela faculdade foram a Tânia e a minha professora de Biologia. Nem me vou esquecer que a minha professora de Biologia foi a primeira pessoa a levar-me lá.
Tuesday, January 24, 2006
Comunicado Oficial
É anunciado hoje oficialmente a todo o país que o dia 24 de Janeiro vai passar a ser feriado nacional, em honra do aniversário de Ana Luís Faria. A todos os invejosos que também queiram um feriado no seu aniversário, pede-se que se tornem amigos classificados com 21 valores, com todas as qualidades que isso implica, e talvez lhe cheguem aos calcanhares.
PARABÉNS!!!
PARABÉNS!!!
Thursday, January 19, 2006
Simplicidade
Há uma senhora que mora aqui para os meus lados e que está sempre na paragem de autocarro, sem no entanto o apanhar. Limita-se a ver o que se passa em volta. É baixinha (dá-me pelo ombro e eu tenho 1.58m, logo, imaginem...), muito velha (soube hoje que tinha 92 anos) e tem os olhos azuis, mas muito baços, já.
Quando hoje cheguei à paragem para apanhar o 94 e ir para a escola, ela começou a meter conversa. E tudo a propósito de um grupo de raparigas que passou de calças de cinta descida. Eu estava completamente distraída, até ao momento em que ouço ao meu lado:
- Aquelas estão mortinhas por amostrar o cu...
Devo dizer que me desfiz. Passado um bocado, começou a falar do tempo. Disse-me que quando ela era pequena, nevava e até tinham que andar com cuidado para não cairem na estrada. Mas que agora só chovia.
E depois, ouvi a mais simples teoria da minha vida.
- Sabes o que é - eu trato-te por tu porque podias ser minha neta - é que agora o mundo está cheio de fogueiras e fogo no monte e a neve quando cai, cai já derretida.
Sorri e gostei da ideia. Quem é que precisa de saber expressões de 20 euros como "emissões de CO2", "camada de ozono" e "aquecimento global" quando a realidade é muito mais simples?
Quando hoje cheguei à paragem para apanhar o 94 e ir para a escola, ela começou a meter conversa. E tudo a propósito de um grupo de raparigas que passou de calças de cinta descida. Eu estava completamente distraída, até ao momento em que ouço ao meu lado:
- Aquelas estão mortinhas por amostrar o cu...
Devo dizer que me desfiz. Passado um bocado, começou a falar do tempo. Disse-me que quando ela era pequena, nevava e até tinham que andar com cuidado para não cairem na estrada. Mas que agora só chovia.
E depois, ouvi a mais simples teoria da minha vida.
- Sabes o que é - eu trato-te por tu porque podias ser minha neta - é que agora o mundo está cheio de fogueiras e fogo no monte e a neve quando cai, cai já derretida.
Sorri e gostei da ideia. Quem é que precisa de saber expressões de 20 euros como "emissões de CO2", "camada de ozono" e "aquecimento global" quando a realidade é muito mais simples?
Sunday, January 15, 2006
«A escrita... algo a que recorremos várias vezes; por isso, decidi comparar a amizade com ela.
Existem textos desconexos e sem sentido. Esses textos são como as falsas amizades. Não existe sentimento, há apenas um tipo de teatro para com o outro... por vezes por obrigação, por vezes para tentar conseguir algo.
Existem textos cheios de erros em que, a cada palavra, há algo que falta. Esses textos são como as amizades passageiras e sem alicerces; em que se erra e se volta a errar, mas não se volta atrás para corrigir. As pessoas não estão suficientemente preocupadas para o fazerem ou fazem-no por mera rotina, sem preocupação.
Existem textos perfeitos à vista, mas em que falta uma vírgula ou um ponto. Esses textos são como a nossa amizade. É verdadeira, forte e segura, mas, mesmo nessas amizades, às vezes, erramos e voltamos a errar, mas como somos tão ligadas, sabemos pedir desculpa e perdoar.
Não existem textos perfeitos, sem erros, com todos os pontos... tal como não existem amizades perfeitas. Há sempre discussões ou apenas pequenos desentendimentos que desestabilizam.»
Ana Luís Faria, 8 de Novembro de 2004
[atendendo ao facto de a Ana só ter treze anos quando me escreveu isto, diria que há fortes possibilidades de ganhar um Prémio Nobel =D ]
És grande, miúda!
Existem textos desconexos e sem sentido. Esses textos são como as falsas amizades. Não existe sentimento, há apenas um tipo de teatro para com o outro... por vezes por obrigação, por vezes para tentar conseguir algo.
Existem textos cheios de erros em que, a cada palavra, há algo que falta. Esses textos são como as amizades passageiras e sem alicerces; em que se erra e se volta a errar, mas não se volta atrás para corrigir. As pessoas não estão suficientemente preocupadas para o fazerem ou fazem-no por mera rotina, sem preocupação.
Existem textos perfeitos à vista, mas em que falta uma vírgula ou um ponto. Esses textos são como a nossa amizade. É verdadeira, forte e segura, mas, mesmo nessas amizades, às vezes, erramos e voltamos a errar, mas como somos tão ligadas, sabemos pedir desculpa e perdoar.
Não existem textos perfeitos, sem erros, com todos os pontos... tal como não existem amizades perfeitas. Há sempre discussões ou apenas pequenos desentendimentos que desestabilizam.»
Ana Luís Faria, 8 de Novembro de 2004
[atendendo ao facto de a Ana só ter treze anos quando me escreveu isto, diria que há fortes possibilidades de ganhar um Prémio Nobel =D ]
És grande, miúda!
Saturday, January 14, 2006
Eu costumava ser tão forte. Porra, podia estar tudo contra mim, que eu aguentava! E agora por tudo e por nada, há inundação ocular. O que é que se passa comigo? Quase ninguém vê, quase ninguém dá conta... Disfarço, mas às vezes não dá para aguentar mais.
O que me vale, é que tenho quem me ampare a inundação com o ombro.
["if the sky's gonna fall down, let it fall on me", «Moses», Coldplay]
O que me vale, é que tenho quem me ampare a inundação com o ombro.
["if the sky's gonna fall down, let it fall on me", «Moses», Coldplay]
Friday, January 13, 2006
6f, 13
Quando temos a mania que somos melhores do que aquilo que somos e quando esperam mais de nós do que aquilo que temos para dar, a tendência é para nos desiludirmos depressa. E para desapontar quem esperou.
Não queria...
[é mesmo sexta-feira 13...]
Não queria...
[é mesmo sexta-feira 13...]
Friday, January 06, 2006
Como?
Como é que se tira alguém da cabeça [e do coração...]?
Posso puxar por ele, arrancá-lo, pontapeá-lo e obrigá-lo a sair.
Ou chamar a polícia e fazer queixa por invasão de propriedade.
Ou pegar num bisturi fazer um corte pequenino e extraí-lo com uma pinça.
Ou pedir-lhe com jeitinho e esperar que ele me faça a vontade.
Ou bater com a cabeça e ficar amnésica.
Ou... não fazer nada e esperar.
Mas eu não queria esquecê-lo mesmo. Só fazê-lo saltar para um nível mais baixo, como um electrão excitado numa orbital de energia superior, fazê-lo saltar para um nível mais estável. Só o queria enviar de volta para o patamar da amizade. Afinal, acima de qualquer outra coisa, somos amigos.
Posso puxar por ele, arrancá-lo, pontapeá-lo e obrigá-lo a sair.
Ou chamar a polícia e fazer queixa por invasão de propriedade.
Ou pegar num bisturi fazer um corte pequenino e extraí-lo com uma pinça.
Ou pedir-lhe com jeitinho e esperar que ele me faça a vontade.
Ou bater com a cabeça e ficar amnésica.
Ou... não fazer nada e esperar.
Mas eu não queria esquecê-lo mesmo. Só fazê-lo saltar para um nível mais baixo, como um electrão excitado numa orbital de energia superior, fazê-lo saltar para um nível mais estável. Só o queria enviar de volta para o patamar da amizade. Afinal, acima de qualquer outra coisa, somos amigos.