Sunday, April 24, 2005

Quinta das (pseudo) Celebridades

Almoçava eu, sossegadamente, enquanto via o telejornal da TVI, quando este acabou. Estava a fitar bastante interessadamente o meu bocado de leitão assado, quando os meus ouvidos captaram uma estranha sonoridade: o genérico da "Quinta das Celebridades".
Confesso que, na primeira edição, cheguei a ver alguns episódios, mas, felizmente, tive o bom-senso de não perder mais minutos da minha vida, que seriam irrecuperáveis, a ver esta segunda edição. Tanto que nem fazia ideia de quais os "animais" que por lá se pavoneiam.
Foi, então, que toda a minha cavidade bucal se abriu de espanto: no écran da minha televisão estavam a acontecer as coisas mais surreais (para usar um eufemismo).

Parece que o "Pavarotti", o burro falante, foi substituído (e eu que não sabia de nada...!). E os seus substitutos não lhe ficam atrás, em termos de estupidez e anormalidade. Nada mais, nada menos que: a avestruz "Nabiça" (que tentava, em vão, debicar umas flores de plástico), uma cabra da qual não cheguei a saber o nome e, melhor que tudo e nunca antes visto na televisão portuguesa, o Senhor Pires, a meia mal-cheirosa. De salientar que todas estas interessantes personagens falam. Exactamente, FALAM. Ok, não ouvi a cabra falar, mas que os outros falaram, ai isso é verdade!
E ali, no meio daquele ambiente campestre, a personagem mais interessante de todas, Júlia Pinheiro. Lá andava a pobre senhora num animado diálogo com os animais e a meia mal-cheirosa (se calhar era um animado monólogo, visto que, para todos os efeitos ela estava a falar sozinha, já que os animais estavam mais interessados em focinhar o chão).

Foi fantástico! Cresci intelectualmente. Descobri que existe uma meia mal-cheirosa falante denominada de Senhor Pires, de mau-humor, que passa a vida a resmungar com tudo, descobri que há uma avestruz de nome Nabiça que, apesar de burra como uma porta, quer passar a imagem de inteligente (sim, porque o olho de uma avestruz é maior que o seu cérebro) e descobri, ainda, que há alguém ainda mais burro que a avestruz, alguém que se presta ao papel ridículo de falar com animais, tendo câmaras a filmá-la e a transmiti-la para todo o país.

A sério, senti-me mesmo mal a ver aquilo. É a decadência de todo um país. Será que há quem goste de ver aquilo? Infelizmente, acredito que sim, porque senão o programa era retirado do ar.
Ver aquilo é estupidificar. Vi aquilo durante dez minutos e sinto que perdi uma parte do meu património intelectual. Dez minutos que não hei-de recuperar nunca mais. Ai, o arrependimento é uma coisa chata...

Comentem. Dêem a vossa opinião.

Thursday, April 21, 2005

It's just sex and violence, melody and silence

Porque, hoje, estava a ouvir esta música (uma das minhas preferidas) e, finalmente, apercebi-me da letra e percebi que é assim EXACTAMENTE que me sinto.
Dêem-se ao trabalho de ler (e de entender!), porque vale a pena.

The Verve - Bittersweet Symphony

'Cause it's a bittersweet symphony, this life
Try to make ends meet
You're a slave to money, then you die
I'll take you down the only road I've ever been down
You know the one that takes you
To the places where all the veins meet yeah

No change,
I can't change, I can't change, I can't change
But I'm here in my mould, I am here in my mould
But I'm a million different people from one day to the next
I can't change my mould
No, no, no, no, no

Well, I never pray
But tonight I'm on my knees yeah
I need to hear some sounds that recognize the pain in me, yeah
I let the melody shine, let it cleanse my mind,
I feel free now
But the airways are clean
And there's nobody singing to me now

No change,
I can't change, I can't change, I can't change
But I'm here in my mould, I am here in my mould
And I'm a million different people from one day to the next
I can't change my mould
No, no, no, no, no
I can't change I can't change

'Cause it's a bittersweet symphony, this life
Try to make ends meet
Try to find some money, then you die
I'll take you down the only road I've ever been down
You know the one that takes you
To the places where all the veins meet yeah

You know I can't change,
I can't change, I can't change, I can't change
But I'm here in my mould, I am here in my mould
And I'm a million different people from one day to the next
I can't change my mould
No, no, no, no, no
I can't change my mould
No, no, no, no, no,
I can't change

I'll take you down the only road I've ever been down
I'll take you down the only road I've ever been down
(It's just sex and violence, melody and silence)
(Been down)
(Ever been down)
That you've ever been down
That you've ever been down

Wednesday, April 20, 2005

Heterónimos

Fernando Pessoa tinha heterónimos para escrever, ou seja, um autor diferente para cada livro que ele próprio escrevia, com personalidades e proveniências diferentes.
Eu tenho heterónimos, não para escrever, mas para viver:

  • Sou a Ana, uma rapariga que até é porreira, que tem grandes amigos, perfeitamente normal, a quem dão umas maluqueiras de vez em quando (uma grande "Vanessa", como diria a Inês), que diz uns palavrõezitos, que fala à Porto, que não mostra o que sente, que faz tudo por quem quer que lhe peça ajuda, apesar de se armar em "má" e completamente apanhada pelo grande clube F. C. Porto;
  • Sou a Ana Amaral, uma rapariga que tem um problema gravíssimo: pensa demais, extremamente virada para reflexões que não lembram nem ao Menino Jesus, com grande tendência para se substimar e deixar ir abaixo com aquilo que os outros criticam, boa aluna e que escreve coisas que, segundo uma professora de Português que teve, não são normais na idade dela;
  • Sou a Sofia, uma rapariga má, com uma capacidade extraordinária de magoar quem a rodeia, que não pede desculpa facilmente, que raramente admite os erros, que com a palavra certa, no momento certo, perfura o peito dos outros e lhes atinge directamente o coração. E ele dói...
  • E sou a Ana Sofia!!!, a rapariga por quem a minha mãe chama quando faço alguma asneira...

Não sei qual delas escreveu isto, mas cheira-me que, com a capacidade de se autocriticar, deve ter sido a Ana Amaral. Vivem todas dentro de mim, mas só aparece uma de cada vez. É preciso ter pontaria para apanhar o "eu" certo...

Tuesday, April 19, 2005


Porque me apetece... Porque tenho amigos que me fazem sorrir e a alegria deve ser partilhada... Para não sermos egoístas. Posted by Hello

Monday, April 11, 2005

Drogas (adoro metáforas)

A pedido de várias famílias, a Dra. Ana Amaral apresenta-se, de novo, ao serviço a fim de actualizar o seu concorridíssimo blog!

E cá estou eu para falar de drogas, um grave problema que afecta a nossa sociedade nos dias de hoje, e, como parte da sociedade, considero que sou, também, gravemente afectada.
A droga tem-me afectado de tal modo que a minha felicidade/tristeza depende em grande parte dela e sempre que tenho um problema qualquer preciso dela para me ajudar a esquecê-lo.
Já tentei deixá-la e a verdade é que consegui fazê-lo durante uma semana, mas voltei a cair nas suas pérfidas garras.

Que fazer, pois, perante tão fatal destino?
Só posso ceder e render-me ao seu poder sobre mim. Apesar de tentar lutar contra o seu poder demoníaco, todo o meu coração e mente são envolvidos por ela. A droga vai-me acompanhar até ao fim da vida, vai ser sempre ela a fazer-me esquecer os problemas quando estiver mais em baixo...

E a minha "droga" chAma-se amizade e é-me fornecida por uma das maiores produtoras a nível UNIVERSAL, a minha irmã mafiosa que só quer a minha desgraça (que mentira grande!!), a Teresa... Quatro anos Depois de ter começado a cOnsumir esta droga podeRosíssima, a dependência é cada vez maiOr e nem num cenTro de recuperação de amizadodEpendentes me consigo safar... É que não dá hipótese! Quando eu acho que ela já se esqueceu aqui da "cliente", lá veM ela fornecer-me novA dose e eu volto sempre a cair! É iNevitável... Admiro-me com A minha fraqueza, mas...