Quinta das (pseudo) Celebridades
Confesso que, na primeira edição, cheguei a ver alguns episódios, mas, felizmente, tive o bom-senso de não perder mais minutos da minha vida, que seriam irrecuperáveis, a ver esta segunda edição. Tanto que nem fazia ideia de quais os "animais" que por lá se pavoneiam.
Foi, então, que toda a minha cavidade bucal se abriu de espanto: no écran da minha televisão estavam a acontecer as coisas mais surreais (para usar um eufemismo).
Parece que o "Pavarotti", o burro falante, foi substituído (e eu que não sabia de nada...!). E os seus substitutos não lhe ficam atrás, em termos de estupidez e anormalidade. Nada mais, nada menos que: a avestruz "Nabiça" (que tentava, em vão, debicar umas flores de plástico), uma cabra da qual não cheguei a saber o nome e, melhor que tudo e nunca antes visto na televisão portuguesa, o Senhor Pires, a meia mal-cheirosa. De salientar que todas estas interessantes personagens falam. Exactamente, FALAM. Ok, não ouvi a cabra falar, mas que os outros falaram, ai isso é verdade!
E ali, no meio daquele ambiente campestre, a personagem mais interessante de todas, Júlia Pinheiro. Lá andava a pobre senhora num animado diálogo com os animais e a meia mal-cheirosa (se calhar era um animado monólogo, visto que, para todos os efeitos ela estava a falar sozinha, já que os animais estavam mais interessados em focinhar o chão).
Foi fantástico! Cresci intelectualmente. Descobri que existe uma meia mal-cheirosa falante denominada de Senhor Pires, de mau-humor, que passa a vida a resmungar com tudo, descobri que há uma avestruz de nome Nabiça que, apesar de burra como uma porta, quer passar a imagem de inteligente (sim, porque o olho de uma avestruz é maior que o seu cérebro) e descobri, ainda, que há alguém ainda mais burro que a avestruz, alguém que se presta ao papel ridículo de falar com animais, tendo câmaras a filmá-la e a transmiti-la para todo o país.
A sério, senti-me mesmo mal a ver aquilo. É a decadência de todo um país. Será que há quem goste de ver aquilo? Infelizmente, acredito que sim, porque senão o programa era retirado do ar.
Ver aquilo é estupidificar. Vi aquilo durante dez minutos e sinto que perdi uma parte do meu património intelectual. Dez minutos que não hei-de recuperar nunca mais. Ai, o arrependimento é uma coisa chata...
Comentem. Dêem a vossa opinião.