Heterónimos
Eu tenho heterónimos, não para escrever, mas para viver:
- Sou a Ana, uma rapariga que até é porreira, que tem grandes amigos, perfeitamente normal, a quem dão umas maluqueiras de vez em quando (uma grande "Vanessa", como diria a Inês), que diz uns palavrõezitos, que fala à Porto, que não mostra o que sente, que faz tudo por quem quer que lhe peça ajuda, apesar de se armar em "má" e completamente apanhada pelo grande clube F. C. Porto;
- Sou a Ana Amaral, uma rapariga que tem um problema gravíssimo: pensa demais, extremamente virada para reflexões que não lembram nem ao Menino Jesus, com grande tendência para se substimar e deixar ir abaixo com aquilo que os outros criticam, boa aluna e que escreve coisas que, segundo uma professora de Português que teve, não são normais na idade dela;
- Sou a Sofia, uma rapariga má, com uma capacidade extraordinária de magoar quem a rodeia, que não pede desculpa facilmente, que raramente admite os erros, que com a palavra certa, no momento certo, perfura o peito dos outros e lhes atinge directamente o coração. E ele dói...
- E sou a Ana Sofia!!!, a rapariga por quem a minha mãe chama quando faço alguma asneira...
Não sei qual delas escreveu isto, mas cheira-me que, com a capacidade de se autocriticar, deve ter sido a Ana Amaral. Vivem todas dentro de mim, mas só aparece uma de cada vez. É preciso ter pontaria para apanhar o "eu" certo...
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