Inspiração desinspirada
Hoje é daqueles dias em que me apetece escrever até me doerem os dedos. E, no entanto, não faço ideia do que escrever. Não faço ideia do que sinto. Não consigo definir um estado de espírito. Aliás, a minha desinspiração é tanta que, hoje, na aula de português, nem conseguia interpretar a "Autopsicografia" de Fernando Pessoa. Não estava virada para isso. Talvez se me aparecesse a "Tabacaria" de Álvaro de Campos, eu o conseguisse interpretar melhor:
"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."
E não é verdade?
Tenho a mania que sou muito importante e, afinal, qual é a minha importância...? E depois há pessoas que me vêm falar do meu valor... Pergunto-me ao que se estarão a referir...
Sinto-me cansada. E não sei porquê... Da aula de educação física não é, de certeza.
Sinto-me triste. E não sei porquê...
Sinto-me magoada. E SEI porquê.
E desprezada. E ignorada. E inútil.
Numa luta interior, a minha razão diz-me que tudo isso é mentira. E o meu coração teima que é verdade. E fico dividida.
A capacidade que alguns têm para me magoar é directamente proporcional ao quanto são importantes para mim.
Apetece-me revoltar-me! Será que nunca vou conseguir mostrar quem sou? Tirar esta porcaria desta cápsula isoladora e mostrar que por baixo daquilo que mostro ser há algo de muito mais importante: aquilo que realmente sou?
"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."
E não é verdade?
Tenho a mania que sou muito importante e, afinal, qual é a minha importância...? E depois há pessoas que me vêm falar do meu valor... Pergunto-me ao que se estarão a referir...
Sinto-me cansada. E não sei porquê... Da aula de educação física não é, de certeza.
Sinto-me triste. E não sei porquê...
Sinto-me magoada. E SEI porquê.
E desprezada. E ignorada. E inútil.
Numa luta interior, a minha razão diz-me que tudo isso é mentira. E o meu coração teima que é verdade. E fico dividida.
A capacidade que alguns têm para me magoar é directamente proporcional ao quanto são importantes para mim.
Apetece-me revoltar-me! Será que nunca vou conseguir mostrar quem sou? Tirar esta porcaria desta cápsula isoladora e mostrar que por baixo daquilo que mostro ser há algo de muito mais importante: aquilo que realmente sou?
2 Comments:
Sinto vergonha de dizer que escrevo.
Sinto e envergonho-me como nunca me envergonhei, a partir de hoje passarei a andar de cabeça baixa, para que ninguém veja nos meus olhos a culpa de uma mentirosa, de uma enganada, de uma verdadeira parva (agora sei que o sou…)
Nem perante a grandiosidade de todos os poetas eu tive coragem de parar… não… preferi entrar num mundo só meu e pensar que me exprimia por palavras, e que estas soavam bem, possuíam sentido na sua essência! Parva, ohh que vergonha! E falava de vida, de amor e de morte, de desejos e fúrias, de dores e suspiros quando na realidade não dizia nada… Tu és diferente… tu fizeste-me entender isso, tu tens um dom, o da expressão pela alma… Não são as tuas mãos que escrevem, não és tu que ditas, não tens qualquer poder sob o que escreves, pois a tua alma é mais que isso, és tu e tens em ti toda a imensidão do mar, toda a simplicidade de uma pena e toda a verdade de um coração aberto.
Obrigada amiga por me abrires os olhos
Não te queria abrir os olhos dessa maneira... =(
Conheço-te há 11 ou 12 anos, não é?, e sempre escreveste muito bem, por vezes até melhor do que eu... De onde é que veio essa ideia, agora?
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