Vergonha I
Tenho tentado controlar-me e engolir o meu mau feitio, mas isto é demais.
O acesso ao Ensino Superior 2006 é uma vergonha. Cada dia há uma novidade. E sempre muito boa, diga-se.
Tudo começou quando no dia 23 de Junho, os senhores do GAVE nos apresentaram um Exame Nacional de Química que avaliava tudo menos Química. Na minha ideia, que pelos vistos é a errada, um exame avalia conhecimentos úteis e não pormenores ridículos que não interessam nem ao Menino Jesus. Será que interessa a alguém saber o função dos compostos de uma lâmpada fluorescente, tais como a sílica, alumina e óxidos do raio que o parta? Quem faz exame de Química são pessoas que se vão candidatar essencialmente a Ciências da Saúde (Medicina, Enfermagem, Farmácia, Análises Clínicas, Veterinária, Medicina Dentária, etc.) ou Ciências da Vida (Biologia, Bioquímica, Química, etc e tal). Alguém precisa de saber a função dos compostas da porcaria da lâmpada? Algum de nós está a pensar ir soprar vidro para a Marinha Grande? Mais, será que alguém quer saber características da família de polímeros novolac e da baquelite? Melhor dizendo, alguém sabe o que isso é? Sim, porque eu estudei que me matei e não sei.
Após um exame que foi uma vergonha, vem outra vergonha, que foi o Exame Nacional de Matemática. Mas sobre isso, não vou dizer nada, porque a Associação de Professores de Matemática já disse tudo.
A partir de dia 13 nós, alunos, vamos ser apelidados de tudo: incompetentes, irresponsáveis que não estudam, mas, principalmente, usando um eufemismo qualquer, burros. Burros que não aprendem e que não estão minimamente ao nível dos alunos do resto da Europa. Os nossos professores vão ser incompetentes que não sabem ensinar, o que vai funcionar como pretexto para mais uma reforma estúpida da Educação.
Eu não sou burra, nenhum dos meus colegas o é. Estudámos muito, uns mais que outros, mas estudámos e cada um preparou-se como achou que devia e podia. Os nossos professores não são incompetentes, preparam-nos o melhor que puderam para os exames, fizeram tudo o que podiam até à hora de entrarmos para aquelas salas.
Mas, no fundo, somos todos uns burros, sim. Porque achámos que íamos ser avaliados justamente. Santa inocência...
Continuo no próximo post... Porque não acaba por aqui.
O acesso ao Ensino Superior 2006 é uma vergonha. Cada dia há uma novidade. E sempre muito boa, diga-se.
Tudo começou quando no dia 23 de Junho, os senhores do GAVE nos apresentaram um Exame Nacional de Química que avaliava tudo menos Química. Na minha ideia, que pelos vistos é a errada, um exame avalia conhecimentos úteis e não pormenores ridículos que não interessam nem ao Menino Jesus. Será que interessa a alguém saber o função dos compostos de uma lâmpada fluorescente, tais como a sílica, alumina e óxidos do raio que o parta? Quem faz exame de Química são pessoas que se vão candidatar essencialmente a Ciências da Saúde (Medicina, Enfermagem, Farmácia, Análises Clínicas, Veterinária, Medicina Dentária, etc.) ou Ciências da Vida (Biologia, Bioquímica, Química, etc e tal). Alguém precisa de saber a função dos compostas da porcaria da lâmpada? Algum de nós está a pensar ir soprar vidro para a Marinha Grande? Mais, será que alguém quer saber características da família de polímeros novolac e da baquelite? Melhor dizendo, alguém sabe o que isso é? Sim, porque eu estudei que me matei e não sei.
Após um exame que foi uma vergonha, vem outra vergonha, que foi o Exame Nacional de Matemática. Mas sobre isso, não vou dizer nada, porque a Associação de Professores de Matemática já disse tudo.
A partir de dia 13 nós, alunos, vamos ser apelidados de tudo: incompetentes, irresponsáveis que não estudam, mas, principalmente, usando um eufemismo qualquer, burros. Burros que não aprendem e que não estão minimamente ao nível dos alunos do resto da Europa. Os nossos professores vão ser incompetentes que não sabem ensinar, o que vai funcionar como pretexto para mais uma reforma estúpida da Educação.
Eu não sou burra, nenhum dos meus colegas o é. Estudámos muito, uns mais que outros, mas estudámos e cada um preparou-se como achou que devia e podia. Os nossos professores não são incompetentes, preparam-nos o melhor que puderam para os exames, fizeram tudo o que podiam até à hora de entrarmos para aquelas salas.
Mas, no fundo, somos todos uns burros, sim. Porque achámos que íamos ser avaliados justamente. Santa inocência...
Continuo no próximo post... Porque não acaba por aqui.
posted by Ana Amaral at 2:16:00 pm
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