"O arrepiante começo" - parte 1 da trilogia "Morte Precoce"
Estava uma manhã ventosa para os lados de Gondomar, com o vento a assobiar estridentemente nas persianas. Às sete horas, um espírito sonâmbulo levanta-se da cama, num sepulcral silêncio, depois de, com uma forte marretada, ter calado o despertador do telemóvel à força.
Quarenta e cinco minutos depois, Ana está em frente ao pequeno-almoço, interrogando-se por que raio não saiu da escola no fim do 9º ano e foi arrumar rolos de papel higiénico para as prateleiras do Modelo® de Rio Tinto.
Após uma hora e meia de Biologia, outra de Matemática e mais quarenta e cinco minutos de Psicologia, a imagem dos rolos de papel higiénico milimetricamente arrumados e organizados por grossura, textura e marca volta com força à mente fraca de Ana.
Sente-se perdida por estar num lugar que não é o seu.
Sente-se desmotivada por ter toda a gente a zumbir-lhe nos ouvidos, qual enxame, que as médias de medicina subiram (como se não tivesse cérebro para raciocianar que de 18.59 para 18.68, se sobe 0.09 valores).
Sente que nunca vai ser aquilo que quer e que, sem a mínima ideia de segundas opções, os rolos de papel higiénico vão povoar a sua vida.
Sente-se irritada com a conversa de exames, programas, cargas horárias insuficientes. E pior do que isso, a conversa repetitiva de "quem não estuda, não faz o 12º ano". Acho que qualquer aluno do 12º tem neurónios suficientemente poderosos para chegar a essa brilhante conclusão, não precisa que lhe repitam isso durante toda a manhã.
Ana sentia-se cheia de força, nem há uma semana atrás. Sentia-se poderosa, sentia que tinha objectivos definidos. E, numa manhã, foi-se tudo.
Não entende como é que um conjunto de professores conseguiu, do nada, por artes mágicas, metê-la num poço fundo, em que, ao longe, vê apenas uma luzinha que representa o fim da trilogia. Mas pode nunca atingir essa luz, ou ela ser somente uma ilusão de óptica, qual miragem, que a engana sobre o fim do seu percurso.
Precisava que alguém lhe desse a mão e a ajudasse a trepar pelo poço acima. Mas estão todos tão ocupados e não quer incomodar ninguém, que eles têm um percurso igualmente duro para fazer.
Please, Ana, don't look back in anger. The wasted time has just taught you that the time is not to waste.
Quarenta e cinco minutos depois, Ana está em frente ao pequeno-almoço, interrogando-se por que raio não saiu da escola no fim do 9º ano e foi arrumar rolos de papel higiénico para as prateleiras do Modelo® de Rio Tinto.
Após uma hora e meia de Biologia, outra de Matemática e mais quarenta e cinco minutos de Psicologia, a imagem dos rolos de papel higiénico milimetricamente arrumados e organizados por grossura, textura e marca volta com força à mente fraca de Ana.
Sente-se perdida por estar num lugar que não é o seu.
Sente-se desmotivada por ter toda a gente a zumbir-lhe nos ouvidos, qual enxame, que as médias de medicina subiram (como se não tivesse cérebro para raciocianar que de 18.59 para 18.68, se sobe 0.09 valores).
Sente que nunca vai ser aquilo que quer e que, sem a mínima ideia de segundas opções, os rolos de papel higiénico vão povoar a sua vida.
Sente-se irritada com a conversa de exames, programas, cargas horárias insuficientes. E pior do que isso, a conversa repetitiva de "quem não estuda, não faz o 12º ano". Acho que qualquer aluno do 12º tem neurónios suficientemente poderosos para chegar a essa brilhante conclusão, não precisa que lhe repitam isso durante toda a manhã.
Ana sentia-se cheia de força, nem há uma semana atrás. Sentia-se poderosa, sentia que tinha objectivos definidos. E, numa manhã, foi-se tudo.
Não entende como é que um conjunto de professores conseguiu, do nada, por artes mágicas, metê-la num poço fundo, em que, ao longe, vê apenas uma luzinha que representa o fim da trilogia. Mas pode nunca atingir essa luz, ou ela ser somente uma ilusão de óptica, qual miragem, que a engana sobre o fim do seu percurso.
Precisava que alguém lhe desse a mão e a ajudasse a trepar pelo poço acima. Mas estão todos tão ocupados e não quer incomodar ninguém, que eles têm um percurso igualmente duro para fazer.
Please, Ana, don't look back in anger. The wasted time has just taught you that the time is not to waste.
2 Comments:
Nem vale a pena dizer nd..ateh pk j dixeste td..
FORÇA
Opah, eu n m espantava nada que melodramática e pessimista fizessem parte do teu nome... Porra pa raparga! xD Oh agr a sério... sonhar faz-te mal! Enão devias ver tanta televisão! Levanta-me esse ego e essa cabeça! Não vieste a este mundo para ser derrotada e ultrapassada! CORAGEM!
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