Não me apetecia nada estar a voltar ao mesmo assunto, mas tenho de desabafar urgentemente, porque sinto-me no limiar do desespero e estes ataques de choro diários não podem continuar.

Em primeiro lugar, cada vez estou mais convencida de que, se entrar, vai ser em Lisboa, o que é praticamente condenarem-me à morte.

Em segundo lugar, não me consigo perdoar uma coisa. Perdoo tudo aos outros, mas nunca me consigo perdoar a mim. Devia sentir-me satisfeita e de consciência tranquila com a média com que estou (181.3) porque fiz o máximo que podia. Mas não... O que eu não me consigo perdoar é o facto de não ter tirado 18.0 no exame de Química por estupidez, por distracção.

• Falhei uma pergunta de escolha múltipla ridícula sobre uma porcaria de umas pontes de hidrogénio que eu SABIA! (ainda estou para saber como é que falhei...) 8 pontos perdidos.
• Ao fazer uma conta com a equação dos gases ideais PV=nRT, substituí os valores para calcular o "n" e fi-lo da seguinte forma: n=RT/PV (fantástico... até ouvi dizer que me querem atribuir o Nobel da Química). Mais 4 pontos a juntar aos 8 anteriores.
• Ao todo, perdi 12 pontos por ser BURRA, que ao juntar aos 16.8 davam 18.0 certinhos.

Se eu não tivesse perdido esses 12 pontos, a minha média era de 184.3: Medicina estava assegurada e o Porto (ICBAS) quase garantido.

Não consigo ultrapassar isso, não consigo esquecer, não me consigo perdoar por ter falhado coisas ridículas! É uma raiva tão grande contra mim...!!! Saber que a culpa é toda minha, que mandei quase tudo ao ar por duas porras básicas! Ter quase tudo na mão e agora ter de esperar uma milagre para entrar em Lisboa.

Aconteça o que acontecer, vou ter sempre o fantasma da culpa a pairar sobre a minha cabeça e não vou conseguir aceitar...